CDU quer vencer em Odivelas <br>e acabar com o ciclo de imobilismo
ODIVELAS Na apresentação pública de Paínho Ferreira, na Escola Agrícola da Paiã, dia 26, o cabeça de lista da CDU colocou como objectivo a «vitória», ou seja, ganhar a presidência da Câmara Municipal.
Odivelas precisa de uma política que tenha um fio condutor
Perante uma plateia de mais de 150 amigos e activistas da Coligação PCP-PEV, o candidato salientou que o objectivo de conquistar a autarquia é «ambicioso», justificando de seguida «tão elevado desiderato».
«Importa passar em revista os últimos 18 anos em que os destinos do concelho estiveram na mão do PS, sempre coadjuvado pelo PSD», afirmou, acusando aqueles partidos de ao longo das últimas duas décadas lamentarem a «pesada herança» que supostamente teriam recebido de Loures para «descredibilizar o trabalho da CDU» e «esconder a sua própria inoperância».
Para ilustrar a situação, Paínho Ferreira recordou que foi a gestão da CDU, e não a do PS, que construiu um Complexo de Piscinas Municipais, a Biblioteca Municipal e a Malaposta, equipamento de referência virado para a cultura que agora foi entregue a um privado depois de «milhares de euros de investimento do erário público».
Em termos de património, foi também a Coligação PCP-PEV que adquiriu a Quinta das Águas Férreas, em Caneças, a Quinta da Memória, onde funcionam os Paços do Concelho, e os terrenos de Porto Pinheiro, destinados à construção de um complexo lúdico-desportivo, agora protocolados com o SJPF, «entidade completamente alheia ao nosso concelho» e que «não garante minimamente o uso e a fruição colectiva a que tais terrenos estavam destinados», acusou o candidato, prometendo: «Com a CDU à frente da Câmara de Odivelas tudo será feito para reverter este processo».
Da responsabilidade da Coligação PCP-PEV e que veio de facto à posse da Câmara de Odivelas são também, entre muitos outros, os terrenos das Granjas Novas, os mercados municipais de Caneças e de Odivelas, o pontão que liga a Póvoa ao Olival, os solos para a construção do futuro Centro Administrativo na Ribeirada, o polidesportivo descoberto da Arroja (agora abandonado), a Feira do Silvado e toda a sua infra-estruturação, o Auditório da Póvoa, os solos para a construção do Centro Paroquial da Ramada, os campos de ténis da Pontinha, o ginásio da EB1 do Casal Novo, o jardim de infância da Codivel, a EB1 do Bairro de S. José, o parque desportivo da Póvoa, o jardim de infância do Sítio da Várzea e a recuperação do Moinho das Covas. «Fica claro que o PS não se deve queixar da “herança” que recebeu, mas sim reflectir sobre os resultados práticos da sua própria política local», apontou Paínho Ferreira.
Política irracional
As criticas estenderam-se ainda ao recém aprovado Plano Director Municipal onde, ao fim de 18 anos, se conclui que afinal o «concelho não estava ainda betonizado» e daí parte para «permitir mais elevados índices urbanísticos e maiores densidades populacionais». «Com o PS em Odivelas aquilo que podemos esperar são mais e mais construções, em detrimento do ordenamento racional do território e do aumento da qualidade de vida de quem aqui reside e trabalha», sublinhou o candidato da CDU.
Os erros, que se tornaram derrotas, prosseguiram com a tentativa de privatização da água e resíduos, o fecho compulsivo da Municipália, a renegociação forçada da PPP imposta pela Inspecção Geral de Finanças e pelo Tribunal de Contas.
Combater as desigualdades
Segundo Paínho Ferreira, é «absolutamente necessário» romper com o ciclo de «desorientação política e de gestão a retalho» do PS em Odivelas. «É pois perante um quadro muito concreto de esgotamento e completo desaire das políticas que têm governado o nosso município que assumimos conscientemente este desígnio de vencer as próximas eleições autárquicas», disse o candidato da CDU à Câmara Municipal.
Na sua intervenção reclamou «um futuro colectivo mais humano e justo para as populações», num concelho que precisa de «uma política que tenha um fio condutor» de forma a «estruturar todo o seu território» e definindo «uma linha de acção que permita a médio e longo prazo combater as profundas desigualdades que se manifestam ao nível social e ao nível do próprio espaço urbano». «Tal política exige rigor e transparência na gestão. Exige que os dinheiros, meios humanos e técnicos disponíveis sejam rigorosamente aproveitados e potenciados», sublinhou o candidato.
Num concelho com «enormes assimetrias» como o de Odivelas, «acentuando-se dessa forma as características de zona dormitório», Paínho Ferreira prometeu dar atenção ao «sistema de vias e transportes intra-municipal», à «recuperação e manutenção do parque escolar a cargo do município» e, especialmente, à «requalificação do espaço urbano, em particular nas zonas [e são muitas] que têm sido votadas ao abandono».